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CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

Como tratar?


O Câncer de Colo de Útero é uma lesão invasiva intrauterina causada, na maior parte das vezes, pelo vírus do HPV. Esta é a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo, sendo a chance de alguém se infectar pelo vírus em torno de 80%.



Mais de 40 subtipos de HPV podem infectar a região genital, mas apenas alguns são relacionados ao surgimento do câncer, sendo os mais comuns os subtipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68.

É uma doença que progride de maneira gradativa, podendo levar anos para se desenvolver e começar a demonstrar sintomas. Mas, uma vez identificada, as possiblidades de tratamento existem e podem ajudar a recuperar a saúde e qualidade de vida da paciente. Nesse sentido, a médica Georgia Cintra, especialista em Ginecologia Oncológica, esclarece os possíveis caminhos da medicina após o diagnóstico da doença.

Quais as possibilidades de tratamento?

O tratamento do câncer de colo de útero depende do estadiamento, isto é, até onde a doença alcançou. A disseminação mais comum é local, principalmente para a vagina, para os paramétrios e, em casos mais avançados, para a bexiga e o intestino. Os linfonodos (ou gânglios) da pelve e em volta da aorta também podem estar acometidos, mesmo em tumores pequenos. Muito raramente, as células malignas podem alcançar órgãos distantes, como o pulmão e fígado.

Em pacientes com tumores iniciais, a tendência é oferecer tratamento cirúrgico, que inclui a histerectomia. Dependendo do tamanho tumoral, é necessário também ressecar os paramétrios. Durante a cirurgia, pacientes com tumores maiores do que 3mm devem ter os linfonodos pélvicos avaliados, ou através da técnica do linfonodo sentinela ou pela remoção sistemática de todos os gânglios.

Em pacientes com tumores pequenos (até 2cm) que ainda desejam engravidar, há opções cirúrgicas que preservam a fertilidade, como a conização ou a traquelectomia.

A radioterapia é uma alternativa para o tratamento dos tumores iniciais, com taxas de cura semelhantes à da cirurgia. Porém, como pode provocar sequelas a longo prazo, como dificuldade de ter relação sexual, inflamação no intestino e/ou bexiga, normalmente oferecemos este tratamento apenas nas pacientes que têm contraindicação cirúrgica.

Já nas pacientes com tumores grandes (> 4cm) ou que ultrapassam o limite do colo uterino, o tratamento padrão é a radioterapia externa associada à quimioterapia seguida de braquiterapia. Neste tratamento, doses altas de radiação são aplicadas no tumor de forma a levar à morte das células tumorais. A quimioterapia é aplicada semanalmente e tem como objetivo aumentar a eficiência da radioterapia.

Em mulheres nas quais o tumor alcançou órgãos a distância, o tratamento em geral é com quimioterapia, podendo estar associado à radioterapia para controle dos sintomas relacionados ao tumor.

Como deve ser feito o seguimento pós-tratamento da doença?

O objetivo do seguimento é detectar recidiva do tumor e realizar reabilitação das pacientes, que muito frequentemente apresentam sequelas do tratamento.

Quando o tumor volta, aproximadamente 70% dos casos ocorrem nos primeiros 2 anos. Por isso, neste período, os retornos e as solicitações de exame devem ser mais frequentes. Ao ocorrer a volta do câncer, costumam ser observados sintomas, sendo os mais comuns sangramentos e dor pélvica. Por isso, é muito importante indicar que a paciente fique atenta aos sintomas e procure o médico se perceber algo anormal.

Não há um consenso na literatura médica sobre quais exames devem ser solicitados no seguimento. A recomendação costuma ser pelo menos um exame de imagem (ressonância magnética ou tomografia) no primeiro ano.

Mulheres que trataram câncer de colo uterino podem apresentar dificuldade para ter relação sexual, disfunções urinárias ou intestinais, além de transtornos mentais como depressão e ansiedade. Há tratamentos que minimizam esses sintomas e o médico que realiza o seguimento deve estar atento às queixas e tentar reduzir os impactos da doença e do tratamento.

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